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Leitura 9/2024

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 "Lições de Química " - Bonnie Garmus A primeira pessoa a falar-nos desse livro foi a sua tradutora, Elsa T.S. Vieira. Fomos (as amigas do círculo e eu) ler. Eu só cheguei a ele agora, com muitos meses de atraso.  Conta-nos a história de uma jovem química inteligentíssima que teve de desbravar caminhos para ser ouvida e respeitada no mundo das ciências, na década de 50/60 do século XX.  O minha pofunda admiração por todas as mulheres que abriram caminho, que lutaram por todas nós, que sentiram na pele a discriminação de género, que não foram levadas a sério e que foram relegadas para funções meramente reprodutoras. O livro mostra-nos todos os obstáculos que a personagem teve de ultrapassar por ser mulher e é impossível ficar indiferente. Neste sentido, o livro é bom.  Mas há coisas que não apreciei tanto, como a personagem principal, por exemplo. Não consegui gostar dela, nem da filha. O cão é uma personagem importante a partir de determinado momento, mas não achei lógico.  D
 Fomos ver o Sérgio Godinho ao Coliseu.  Foi a melhor noite de 2024. Será a melhor noite de 2024.  (E a certeza, ali, de estar no sítio certo, com a pessoa certa, no lado certo da coisa.)

Leitura 8/2024

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 "Três mulheres na cidade " - Lara Moreno Fui passar uns dias a Madrid e quis ler um livro cuja ação decorresse na capital espanhola. Assim cheguei a este livro.  Fala de 3 mulheres que se cruzam num prédio da cidade, de vidas tristes e quase sufocantes. Houve momentos em que pecisei de respirar fundo para avançar, mas sem conseguir parar de ler. É um livro que mexe connosco, pois fala de exploração e da violência a que estão sujeitas as mulheres. Estava, no entanto, à espera de um outro fim. Queria esperança, mas tive sempre, até a ultima palavra uma realidade nua e crua. Não apreciei e é por isso que lhe dou 4 estrelas. Ou 4,5.  Gostei muito.

Leitura 7/2024

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 "Um dedo borrado de tinta - História de quem não pôde aprender a ler" - Catarina Gomes   (Deixo uma foto a cores porque a capa perde muito no kobo.) Em 2021, li Coisas de loucas da mesma autora e foi um dos livros que mais me marcou nesse ano. Ia resgatar pessoas que tinham sido internadas em hospitais psiquiátricos no início do século XX. Este ano, publicou este livro. Conta a história de pessoas, que ainda existem, que não sabem ler. Este é o livro que gostaria de ter escrito. Foi a primeira vez que tal ideia me passou pela cabeça. É um livro onde me revejo em todas as palavras e ideias.  É um livro comovente que vai à linha do tempo recontar o que aconteceu. Lemos aquelas histórias e percebo que são as minhas avós, as minhas bisavós. "Todos nós descendemos, a partir de certa altura, de pessoas que não sabiam ler, se quisermos, de analfabetos". A história da minha avó Aida é idêntica aquilo que li: ainda vai à escola onde aprendeu as únicas letras "a,e,i,o,
Há um episódio do Sexo e a Cidade que me marcou. Como já o vi há uns 20 anos, não me recordo muito bem, mas sei que a Samantha está na praia a vomitar e a Carry está a segurar-lhe o cabelo, depois de uma noite de copos. Aquilo foi para mim uma grande revelação sobe amizade. Ser amiga é ser leal e estar sempre ali, em todos os casos. Não conhecia a palavra "sororidade" na altura, mas percebi-a. Ontem, éramos 4. Uma sentiu-se mal e, imediatamente, as outras 3 rodearam-na. Uma agarrou-lhe no cabelo, a outra na ponta do cachecol e a terceira fez-lhe festas nas costas. Se não fosse tão deprimimente ver uma pessoa a vomitar no meio da rua, poderia dizer que foi um belo quadro sobre amizade.

Leitura de 2024/6

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 "Eu sei porque canta o pássaro na gaiola" - Maya Angelou Descobri a escritora num documentário sobre ativistas negras. Gostei tanto que quis conhecê-la através dos livro. A vontade foi tanta que acabei por ler a versão brasileira, uma vez que não existe a versão digital em pt-pt.  É um livro autobiográfico, onde relata a sua juventude numa América rural, racista e violenta. Gostei muito.  4 estrelas.

Por cá...

Fui ver a exposição na Gulbenkian sobre " As Mulheres do meu País " porque quis encontrar em cada rosto fotografado uma antepassada minha.  Vi em cada mulher iletrada e pobre, naqueles olhares duros, naquelas rugas vincadas, naquele aspeto de várias vidas vividas e sofridas aos vinte e poucos anos, um pouco de cada uma. Embora não seja uma exposição do outro mundo, gostei muito de encontrar as Preciosas, as Rosas, as Joaquinas e as Marias que andam a povoar a minha cabeça.

Quando sabes que tens filhos (muito) crescidos?

Quando inscreves um deles para os exames nacionais do 11º ano. (Vou ali beber um chá de camomila e respirar para dentro de um saco de plástico...)