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A mostrar mensagens de junho, 2017

Tão fácil chegar, tão difícil partir

Quem circula na EN 236-1, lê, à saída do Concelho de Castanheira de Pêra, a seguinte mensagem: "Tão fácil chegar, tão difícil partir". Esta é a mais pura das verdades, que o diga o meu Pedro que chora quando saímos de lá. Da estrada EN 236-1, basta saber isso. Basta recordar isso e mais nada.  O meu pai e os meus sogros nasceram em pequenas aldeias no Concelho de Castanheira de Pêra. Toda a minha vida passei lá férias. O pai cá de casa também. Os meus filhos passam lá as férias desde que nasceram, claro. Não tendo nascido em Castanheira, somos de lá. É, sem sombra de dúvidas, a nossa terra e com muito orgulho, diga-se. Sinto-a. Não sei explicar. O meu ADN castanheirense fala mais alto do que outro qualquer! O ADN do pai então nem se fala. Conhece toda a gente, toda. Cumprimenta toda a gente. Toda.  Como é do conhecimento de todos, a nossa terra ardeu. Quem lá está diz que está um caos: cenário cinzento, ainda com fumo, sem luz ou comunicações e que viveram dias horríve

Não sei que título dar a este post

Tenho um problema sério com a pílula: esqueço-me de a tomar.  O esquecimento, por vezes, ultrapassa os três ou mesmo quatro dias, como no mês passado.  Quando o esquecimento coincide com épocas mais festivaleiras  (if you know how I mean), a coisa agrava-se.  A coisa ganha proporções gigantescas quando a menstruação decide atrasar-se 2-3-4 dias, 8-9-10 dias.  O pêlo que nasceu debaixo do umbigo quando engravidei do Tiago e do Pedro e que é uma espécie de teste de gravidez apareceu mas de forma diferente. Nos dois outros casos, eram grossos, pretos e compridos. Este é pequeno, fininho e claro. Sim? Não? Será pêlo de menina? Tudo me passou pela cabeça, confesso. Tudo. Oscilo entre a ansiedade e uma espécie de alegria contida e penso "as hormonas estão baralhadas. Estou mesmo grávida" e fico novamente mais ansiosa e com uma esperança disfarçada de negação. E medo também mas sem saber bem de quê... O pai cá de casa, que sempre disse que não queria mais filhos, vai

Quando é que sabes que tens filhos crescidos? XI

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Quando o teu filho mais novo acaba de ler sozinho, da primeira palavra à última, o seu primeiro livro. 

Quando é que sabes que não vais para nova?

Quando na única mercearia da terra, onde toda a gente conhece toda a gente, um senhor diz: "Ó Rui, avie primeiro a dona!" [até olhei para trás porque pensei que se estava a referir a uma outra pessoa!] [saiu-me "trate-me por menina, para que o fim de semana me corra bem!"  Pffff]

Quando é que sabes que os teus filhos estão crescidos? X

Quando um deles vai dormir à casa de um colega. 

Run Tella, run

Neste fim de semana, fui para a terra e corri. Correr na terra é talvez o melhor sítio para se correr: é fresco, a paisagem é maravilhosa e as subidas lixadas intercalam com boas descidas.  Ponto importante: corri sem dores sem nada no pé. Sei que o pé não está a 100%, estará a 95% mas desta vez, nicles de dores, nada, rien de rien. Maravilhoso!  Já vos tinha dito que achava que nunca mais ia correr em toda a minha vida, nem para apanhar o autocarro?  Ah Tella, menos, pá, menos! 

Aquele momento em que percebes que se fala muito de treinos e de alimentação cá em casa

Os miúdos tiveram hoje o primeiro treino de futebol e chegaram à casa cheios de fome. Qual foi a preocupação dos dois, qual foi? - Mãe, depois do desporto, temos de comer proteína - dizia o Pedro. O que é que tem proteína? - O que comemos? Pode ser um ovo mexido? - perguntava o Tiago.  Enquanto comiam um iogurte natural com aveia e pêssego, o Tiago insistia em saber: - É comida saudável e boa para depois do treino, não é? [Meus ricos filhos]

Eu, a eterna estagiária

No meu primeiro ano enquanto professora, ainda estagiária, emocionei-me na última aula com os meus alunos do 8°ano. Eram apenas 11 miúdos. Ainda me lembro da cara deles mas só o nome de alguns: do André, que disse "merda" numa aula, da Xana que percebeu comigo o que era o passé composé, da Andreia e de pouco mais. Lembro-me de me terem dito que essa coisa das lágrimas ao despedir-me de uma turma só acontecia no início da carreira. Também achei que sim, até porque nunca nenhum professor tinha chorado à minha frente. Ficou claro na minha cabeça que só podia ser " coisa de estagiária".  Os anos passaram-se e a "coisa de estagiária" continuou. No último dia de aula, fico com um nó na garganta. Por vezes aguento, sobretudo quando são turmas pouco dadas ou com quem não consegui criar grande empatia, outras vezes, não. Basta uma palavra, um agradecimento, um abraço, uma doença filha da mãe ou simplesmente a  despedida em si, minutos antes do toque. Todos os anos,